sexta-feira, 26 de maio de 2017

Níveis de intensidade tecnológica - Export / Import 2012 a 2016


Exportações e Importações anuais
de produtos industriais transformados
por níveis de intensidade tecnológica
- 2012 a 2016 -

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1 - Nota introdutória

A evolução do nível de intensidade tecnológica dos produtos transaccionados nas duas vertentes comerciais, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial do país sendo, no caso da exportação, um importante indicador de desenvolvimento industrial.

Pretende-se aqui analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para os anos de 2012 a 2015 e versão preliminar para 2016, com última actualização em 10 de Maio de 2017, a evolução anual das exportações e importações portuguesas de produtos industriais transformados na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.

2 – Metodologia

Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão 3 da “International Standard Industrial Classification” (ISIC Rev.3-Alta, 2423, 30, 32 33, 353; Média-alta, 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359; Média-baixa, 23, 25 a 28, 351; Baixa, 15 a 22, 36 e 37).

A partir da tabela de correspondência entre as posições de produtos da ISIC Rev.3 e as da “Classificação Tipo do Comércio Internacional” (CTCI / SITC Rev.3), da ONU, disponível no portal do Eurostat, foi por sua vez feita a correspondência entre esta e a "Nomenclatura Combinada" a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), para o ano de 2007.

Tomando-se depois em consideração as sucessivas alterações pautais anualmente introduzidas à "Nomenclatura Combinada", foi finalmente construída uma tabela que abrange o período de 2007 a 2016, utilizada na elaboração do presente trabalho.


3 – Balança comercial de produtos industriais transformados, 
por níveis de intensidade tecnológica

No período de 2012 a 2016, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de produtos industriais transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de 802 milhões de Euros).

Ao longo deste período, foi sempre negativo o saldo da balança de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia. Por sua vez, foi nos cinco anos favorável a Portugal o saldo da balança de Média-baixa tecnologia e de Baixa tecnologia.
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4 – Exportação de produtos industriais transformados 
por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos produtos industriais transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2012 a 2016, entre 94,5% e 94,6%.


Numa análise por níveis de intensidade tecnológica, verifica-se que predominou nestas exportações o conjunto dos produtos de Baixa tecnologia, que em 2016 representou 38,2% das exportações de produtos industriais transformados, seguido dos de Média-alta tecnologia, com 29,3%, de Média-baixa tecnologia, com 23,7% e de Alta tecnologia, com 8,9%. 

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Na Alta tecnologia, onde incidiu o 2º maior acréscimo entre 2012 e 2016, encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2016, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Produtos farmacêuticos”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” e o “Equipamento de escritório e computação”.

A Média-alta tecnologia engloba os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, as “Máquinas e equipamentos, principalmente não eléctricos”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”.

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor em 2016, os “Produtos da borracha e do plástico”, os “Refinados de petróleo, petroquímica e combustível nuclear”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Produtos minerais não metálicos”, a “Metalurgia de base” e, com pouca expressão, a “Construção e reparação naval”.
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Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, a “Pasta, papel, cartão e publicações”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”

Constata-se que no período em análise o maior ritmo de crescimento das exportações de produtos industriais transformados coube aos produtos de Alta tecnologia (136,1% em 2016, com 2012=100), com alguma desaceleração em 2013 e um forte acréscimo em 2016 sobre 2015 (+25,4%), seguida da Baixa Tecnologia (122,9%). 

Em 2016, face a 2012, as exportações de Alta tecnologia aumentaram 1120 milhões de Euros, cabendo 399 milhões à componente “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, 391 milhões a “Produtos farmacêuticos”, 241 milhões a “Aeronáutica e aeroespacial”, e 97 milhões a “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, tendo-se verificado uma quebra de 7 milhões de Euros na componente “Equipamento de escritório e computação”.


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O segundo maior ritmo, sustentado ao longo dos últimos cinco anos, ocorreu no âmbito da Baixa tecnologia (122,9% em 2016, com 2012=100).

5 – Principais mercados de destino em 2015 e 2016 
por níveis de intensidade tecnológica

Como já foi referido, o peso dos produtos industriais transformados na exportação global portuguesa oscilou, ao longo dos últimos cinco anos, entre 94,5% e 94,6%.

Em 2016, face ao ano anterior, aumentaram os pesos das exportações de produtos de Alta tecnologia em relação ao conjunto dos produtos industriais transformados, de 7,2% para 8,9%, e de Baixa tecnologia, de 37,3% para 38,3%, tendo-se reduzido o peso dos de Média-alta tecnologia, de 29,6% para 28,9%, e de Média-baixa tecnologia, de 25,8% para 23,9%.



O principal destino dos produtos industriais transformados é o espaço intracomunitário, tendo o seu peso aumentado em todos os níveis de intensidade tecnológica de 2015 para 2016.

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Os mercados dominantes em 2016 foram a Espanha (25,1% do total dos produtos industriais transformados), seguida da França (13,0%), Alemanha (12,1%), Reino Unido (7,2%) e EUA (5,2%).

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Por níveis de intensidade tecnológica nos fornecimentos de produtos de Alta tecnologia predominou a Alemanha (22,3% do total), seguida do Reino Unido (10,8%), Espanha (10,0%) e EUA (9,9%).

Nos restantes três níveis a primeira posição coube folgadamente a Espanha.

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6 – Importação de produtos industriais transformados, 
por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos produtos industriais transformados na importação global portuguesa cresceu sustentadamente entre 2012 e 2016, passando de 76,1% para 84,8%.



Por níveis de intensidade tecnológica, verifica-se que predominou nestas exportações o conjunto dos produtos de Média-alta tecnologia, que em 2016 representou 39,4% das exportações totais de produtos industriais transformados, seguido dos de Baixa tecnologia, com 29,2%, de Alta tecnologia, com 16,0% e de Média-baixa tecnologia, com 15,5%.

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Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2016, os “Produtos farmacêuticos”, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, o “Equipamento de escritório e computação” e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial”.
Na Média-alta tecnologia alinham-se os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e equipamentos, principalmente não eléctricos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”.
Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor em 2016, a “Metalurgia de base”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Refinados de petróleo, petroquímica e combustível nuclear”, os “Produtos minerais não metálicos” e, com pouca expressão, a “Construção e reparação naval”.
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Na Baixa tecnologia alinham-se os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem”, a “Pasta, papel, cartão e publicações” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”.

No período em análise os maiores ritmos de crescimento das importações de produtos industriais transformados couberam aos produtos de Média-alta tecnologia (131,4% em 2016, com 2012=100), Alta tecnologia (125,1%) e Baixa tecnologia (120,2%). À excepção da Alta tecnologia em 2013, em que se verificou alguma desaceleração, estes acréscimos foram sustentados ao longo dos últimos cinco anos.



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