quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Níveis de intensidade tecnológica - Export/Import 2012-2016 e 1º Semestre 2016-2017

Exportações e importações de 
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica

- 2012 a 2016 e 1º Semestre de 2016 e 2017 -

(disponível para download > aqui )


1 - Nota introdutória
A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2012-2016 e 1º Semestre de 2017, com última actualização em 8/9/2017, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2017, com algumas pequenas rectificações face à utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2012 a 2016, entre 94,6% e 94,8%, situando-se em 94,8% e 94,4% respectivamente nos primeiros semestres de 2016 e de 2017.

Por níveis de intensidade tecnológica o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2017 incidiu na Baixa tecnologia (35,8%), seguido da Média-alta tecnologia (29,9%), da Média-baixa tecnologia (25,1%) e da Alta tecnologia (9,2%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2017, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, os “Produtos farmacêuticos”, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” e o “Equipamento de escritório e computação”.
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor em 2017, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2017, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Produtos minerais não metálicos”, a “Metalurgia de base” e a “Construção e reparação naval”.
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, a “Pasta, papel, cartão e publicações”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”.
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos.
Verificaram-se desacelerações nas exportações dos produtos de Alta tecnologia, em 2013, e de Média-baixa tecnologia nos últimos três anos.

4 – Mercados de destino das exportações
      no 1º Semestre de 2017
As exportações de Produtos Industriais Transformados têm por principal destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2017 o maior peso relativo da União Europeia, face ao conjunto dos países terceiros, incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (78,8%).
Seguiram-se a Baixa tecnologia (76,3%), a Média-baixa tecnologia (67,8%) e a Alta tecnologia (66,9%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 72,3% das exportações globais portuguesas no 1º Semestre de 2017 e 72,5% das exportações de Produtos Industriais Transformados, que pesaram 90% ou mais no total em cada um dos países.

Entre estes oito países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (24,4% do total), seguida da França (13,2%) e da Alemanha (11,7%). Com pesos menores alinham-se o Reino Unido (6,9%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (3,9%), a Itália (3,7%) e Angola (3,3%).
No 1º Semestre de 2017 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia.

Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações para Espanha, França, Países Baixos, Itália e Angola.
A Média-alta tecnologia prevaleceu na Alemanha e no Reino Unido, sendo o nível dominante nos EUA a Média-baixa tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para estes mercados por níveis de intensidade tecnológica.


5 – Importação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no período de 2012 a 2016, de 76,2% para 85,0%, situando-se em 86,1% e 84,2% respectivamente nos primeiros semestres de 2016 e 2017.

Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2017 o maior peso no conjunto das importações dos Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (40,1%), seguida da Baixa tecnologia (27,4%), da Média-baixa tecnologia (17,0%) e da Alta tecnologia (16,6%).

Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2017, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Produtos farmacêuticos”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” e o “Equipamento de escritório e computação”
No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2017, a “Metalurgia de base”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos minerais não metálicos, e a “Construção e reparação naval”. 
Na Baixa tecnologia alinham-se os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem”, a “Pasta, papel, cartão e publicações” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”. 
As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos e também em todos os níveis de intensidade tecnológica, à excepção dos produtos de Alta tecnologia em 2013 e de Média-baixa tecnologia em 2015 e 2016, anos em que se registaram descidas.


6 – Mercados de origem das importações 
      no 1º Semestre de 2017
As importações de produtos industriais transformados têm por principal origem o espaço comunitário. 
No 1º Semestre de 2017 o maior peso da União Europeia face ao conjunto dos países terceiros, incidiu na importação de produtos de Média-alta tecnologia (87,3%), seguida da Baixa tecnologia (83,3%), da Média-baixa tecnologia (80,6%) e da Alta tecnologia (76,5%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 71,8% das importações globais portuguesas no 1º Semestre de 2017 e 79,2% das importações de produtos industriais transformados, que pesaram entre 88,9% e 98,2% no total em cada um destes países.

Entre estes oito países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (33,2% do total), seguida da Alemanha (15,9%) e da França (8,2%). Com pesos inferiores alinham-se a Itália (6,5%), os Países Baixos (5,8%), a China (3,4%), a Bélgica (3,2%) e o Reino Unido (3,0%).

Neste 1º Semestre de 2017 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia.

A Espanha foi o único destes oito países em que, entre os quatro níveis, predominou o de Baixa tecnologia.
Em todos os restantes países prevaleceu a Média-alta tecnologia
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem nestes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


7 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados
       por níveis de intensidade tecnológica
Ao longo do período em análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de Produtos Industriais Transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de +842 milhões de Euros, e no 1º Semestre de 2017, com +531 milhões de Euros.
O saldo da balança comercial dos produtos de Média-baixa tecnologia e de Baixa tecnologia foi sempre positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi sempre negativo.





Alcochete, 2 de Outubro de 2017.

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