domingo, 18 de março de 2018

Série mensal-Jan 2018-Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro de 2018 

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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 12 de Março de 2017, no primeiro mês de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +9,6% face a Janeiro do ano anterior (+415 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,4% (+661 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +10,4% (+343 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresciam +6,9% (+73 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +13,6% (+540 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +8,7% (+121 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +24,4%, ao situar-se em -1249 milhões de Euros (um acréscimo de 245 milhões, cabendo 197 milhões ao comércio intracomunitário e 48 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 81,2%, em 2017, para 79,2%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de importação do petróleo, que em Janeiro de 2017 se situou em 374 Euros/Ton, subiu para 425 Euros/Ton no primeiro mês de 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 13,7% e 6,7% do total em Janeiro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 79,2% para 85,6%, com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +24,4% para +21,8%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações
Em Janeiro de 2018, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,4% do total (75,8% em 2017), cresceram em valor +10,4%, contribuindo com +7,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +9,6%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,6% do total em 2018 (24,2% em 2017), registaram um crescimento em valor de +6,9%, contribuindo com +1,7 p.p. para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino em Janeiro de 2018 foram a Espanha (24,3%), a França (13,4%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,6%), os EUA (4,6%), a Itália (3,9%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (3,1%), Angola (2,5%), o Brasil (2,3%) e a Polónia (1,4%), países que no seu conjunto absorveram 77,2% das nossas exportações.
Angola, o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos EUA, registou em Janeiro de 2018, face a igual mês de 2017, uma quebra em valor de -11,3% (cerca de -15 milhões de Euros), envolvendo sete dos onze grupos de produtos considerados, incidindo as mais significativas nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (‑5,4 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-3,0 milhões), “Minérios e metais” (-2,9 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,2 milhões) e “Energéticos” (-1,5 milhões). Entre os quatro acréscimos verificados, ressalta o do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,2 milhões de Euros).

Entre os trinta principais países de destino, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+9,6%), couberam a França (+2,0 p.p.), Brasil (+1,2 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), Espanha (+0,7 p.p.), Áustria, Bélgica e Alemanha (+0,6 p.p. cada), Reino Unido e Polónia (+0,4 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,6 p.p.) e a Angola (-0,3 p.p.).

O maior acréscimo no valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se em França, seguida da Itália, da Espanha, da Áustria, da Bélgica e da Alemanha. Com menor expressão alinharam-se depois o Reino Unido, a Polónia e a Bulgária. O maior decréscimo coube à Irlanda, seguida do Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para o Brasil, Tunísia, Provisões de Bordo, Israel, China, Suíça e Quénia.
Os maiores decréscimos couberam a Gibraltar, Marrocos, Angola, Arábia Saudita e Taiwan.

3.2 - Importações
Em Janeiro de 2018, as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 74,9% do total (74,0% no mesmo mês de 2017), registaram um acréscimo de +13,6% e contribuíram com +10,1 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,7%, representando 25,1% do total em Janeiro de 2018 (26,0% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,3 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em Janeiro de 2018 foram a Espanha (31,6%), a Alemanha (14,1%) e a França (7,4%). Seguiram-se os Países Baixos (5,2%), a Itália (5,1%), a China (3,2%), a Bélgica (2,7%), a Federação Russa (2,4%), o Reino Unido (2,3%), o Brasil (2,2%) e os EUA (1,7%), países que representaram no seu conjunto 77,9% das nossas importações totais neste mês.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+12,4%) destacam-se a Espanha (+4,7 p.p.), a Alemanha (+2,1 p.p.), a Guiné Equatorial (+1,0 p.p.), a Argélia, a França, os Países Baixos e o Brasil (+0,7 p.p. cada) e a Itália e a China (+0,6 p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-1,2 p.p.), seguida do Reino Unido (-0,4 p.p.) e do Cazaquistão (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif) coube a França (+194 milhões de Euros), seguido dos saldos do Reino Unido (+177 milhões), dos EUA (+120 milhões), de Angola (+51 milhões) e da Tunísia (+42 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-740 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑301 milhões), da China (‑135 milhões), dos Países Baixos (-133 milhões) e da Rússia (‑130 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo).
Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias, representando 80,5% do total em 2017, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,6% do total, com uma taxa de variação homóloga de +1,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e TVH +46,7%), “Químicos” (12,1% e TVH +5,3%), “Agro-alimentares” (11,7% e TVH +11,1%) “Minérios e metais” (9,5% e TVH +10,3%), “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH -0,8%), e “Produtos acabados diversos” (9,0% e TVH +8,6%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+217 milhões), “Agro-alimentares” (+56 milhões), “Minérios e metais” (+42 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+39 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+34 milhões de Euros).

5.2 – Importações
Em Janeiro de 2018, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 74,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +18,5%) “Químicos” (16,2% do total e TVH de +12,8%), “Agro-alimentares” (13,8% e TVH de +7,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,9% e TVH de +15,2%) e “Energéticos” (13,7% e TVH de +10,3%).
Nas importações verificaram-se acréscimos em todos os grupos de produtos, sendo os mais significativos, quando medidos em Euros, os dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+163 milhões de Euros), “Químicos” (+110 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+102 milhões).


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em Janeiro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,4%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,6%), os EUA (4,6%), a Itália (3,9%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (3,1%), Angola (2,5%), e Brasil (2,3%). Estes dez países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar também em oito dos onze grupos de produtos, com 31,6% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) “Material de transporte terrestre e partes” (2ª posição, também depois da Alemanha), e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, antecedida dos Países Baixos, EUA e França).
Seguiram-se a Alemanha (14,1%), a França (7,4%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (5,1%), a China (3,2%), a Bélgica (2,7%), a Rússia (2,4%), o Reino Unido (2,3%), e o Brasil (2,2). Estes dez países cobriram 76,1% das importações totais.

Alcochete, 18 de Março de 2018.





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